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Eu, uma imigrante, fui envolvida em um processo trabalhista do Millennium BCP...

Eu pensava que isso só existia em novela, mas não. Pode acontecer na vida real quando menos se espera... Afinal, a ficção é baseada na realidade!
Sendo assim, empresas grandes querendo ser maiores ainda existem no mundo real. Pior ainda, essas empresas não se constrangem em esmagar pessoas como eu para atingirem seus objetivos.
Isso é o mundo que vivemos!

O início dessa história

No dia 27 de março de 2009 eu abri uma conta bancária no Millennium BCP. Infelizmente, nessa instituição, guardei todas as economias de 10 anos de imigração em Portugal.
Qual é o imigrante que não economiza sonhando com uma vida melhor? Se não fosse para economizar, por que eu deixaria meu país e minha família?
De uma forma inexplicável, tornei-me amiga do gestor da minha conta bancária. Essa amizade, evoluiu para namoro.
No dia 27 de março de 2011, casei-me com um funcionário do Millennium BCP.
 
Um dia, mais precisamente em Dezembro de 2011, precisei de parte do MEU dinheiro que estava aplicado no Millennium BCP e pedi ao meu marido (e funcionário do Millennium BCP) que descontasse cheques para mim.
Esse foi o seu crime! 
Não sei bem como, o Millennium BCP, aproveitando-se dessa situação, acusa meu marido de “mexer” no meu dinheiro sem meu conhecimento. Segundo dizem agora, e somente agora, (UM ANO E MEIO DEPOIS) eu deveria ter mudado a minha conta de balcão.
Como eu poderia saber disso se são normas internas do banco? Não caberia ao gerente daquele balcão me avisar após o casamento? Ou eu teria que adivinhar?
Como se isso não bastasse, o Millennium BCP "convida-me" para depor no Tribunal  do Trabalho e me acusa DIANTE DO JUIZ de não assinar os meus cheques. AQUELES MESMOS CHEQUES QUE O MILLENNIUM PAGOU POR ELES em dezembro de 2011.
Incrivelmente, o juiz não pergunta ao Millennium BCP porque não me devolveu o dinheiro pago pelos cheques se não os assinei...
Alguém entende?
Recapitulando: Para o Millennium BCP eu não assinei os cheques que foram pagos, mas o meu dinheiro não me foi devolvido!! O juiz não questiona...

A punição que o Millennium BCP dispensa ao meu marido

O resultado disso é que como punição, meu marido foi transferido da área comercial para os serviços internos do banco. Para ele, que já estava doente e que adorava a área comercial, ficar trancado nos serviços internos foi mais que punição, foi tortura. Essa tortura levou-o a um estado depressivo pior do que aquele que já se encontrava. Eu via-o murchando dia-a-dia, mas ele se mantinha forte, acordava todos os dias cedo e ia trabalhar…

Dois meses depois da transferência, início de Março de 2012, fazem-lhe uma proposta para trabalhar em outra área do banco, no Tagus Park, e ele recusa-a sem pensar. Seu grande erro!
Na minha opinião, ele não tinha capacidade psíquica para analisar uma proposta, por isso, sem perceber o risco que corria, disse ao entrevistador “não me sinto capaz neste momento porque estou em tratamento médico”…
No dia seguinte à recusa, Março de 2012, o Millennium BCP abre um processo disciplinar com intenção de despedimento com base no dinheiro retirado da minha conta em Dezembro de 2011, acusando-o de tirá-lo sem o meu conhecimento.
Cabe salientar que eu NUNCA ME QUEIXEI ao banco, NEM JAMAIS FUI CONTACTADA pelo Millennium BCP para prestar quaisquer esclarecimentos. Contudo, este não hesita em usar o meu nome e os dados da minha conta pessoal e individual para prejudicar um funcionário, o meu marido.

Mesmo sem ser chamada pelo Millennium BCP, fui prestar esclarecimento...

 Em 5 de maio de 2012, a pedido do meu marido, dirigi-me à uma dependência do Millennium BCP, no Tagus Park para prestar esclarecimentos. Fui recebida por um advogado que, a princípio fez-nos entender que não sabia que éramos casados, tendo inclusive feitos perguntas maliciosas acerca do nosso relacionamento, o que fez com que meu marido se exaltasse e seu advogado o tirasse da sala. Depois desse incidente, ele questionou-me acerca do dinheiro levantado e me deu um papel manuscrito para assinar, onde ele resumia o que eu lhe disse. Expliquei-lhe que havia pedido um favor ao meu marido porque estava com problemas e precisava do dinheiro (que era meu). Apesar disso, parece que o banco não aceitou a minha versão dos fatos.
Errei, é verdade, ao pedir-lhe esse favor. Ele errou ao me fazer esse favor, também é verdade. Por isso, ele foi tranferido de posto de trabalho como uma "chamada de atenção". Mas, isso não é motivo suficiente para um despedimento por "justa causa".
Tanto não é suficiente que precisam destruir as imagens desse dia e acrescentar mais alguns detalhes a isso, os quais também poderiam ser comprovados se visualizássemos as imagens de segurança.

Dúvidas:

Onde estão as imagens do dia que os cheques foram descontados? As imagens que deveriam ser preservadas, principalmente porque pretendiam abrir um processo disciplinar, foram destruídas!  
Quem se prejudica com a destruição das imagens? O Millennium BCP? A única pessoa que se prejudica é um funcionário que está doente, e como tal, diante de tanta pressão perde-se e acaba se submetendo a eles bem como ao jogo deles...
Mais isso ainda não lhes basta, precisam de mais ou, então, como despedir "por justa causa"?
Por isso, além de mim, o médico, que trata do meu marido há anos também foi chamado para confirmar a sua doença. Porque, por incrível que pareça, o Millennium BCP coloca em causa a palavra, não apenas do meu marido, mas do médico. O que me faz entender que o Millennium BCP se acha o único possuidor da verdade.

Consequências...

Em Outubro de 2012, meu marido vai abaixo e entra de licença médica. Só quem assistiu ao seu sofrimento é capaz de entender que ele padecia calado. Eu o vi chorar feito criança. Sua dor era angustiante, mas eu nada podia fazer, além de orar e proferir palavras de força. Ele se sentia diminuído como profissional, sentia-se enganado pela empresa a quem dedicou mais de 20 anos da sua vida… Eu não sei o que acontecia lá dentro, mas sei que ele sofria muito… A baixa médica veio contrariar-lhe, mas mesmo assim, ele obedeceu a psiquiatra e aceitou ficar em casa. Outro erro terrível.
No início de novembro de 2012, depois de todos esses meses em silêncio, o Millennium BCP anuncia na imprensa que pretende despedir 600 funcionários, dentre os quais meu marido é chamado para aceitar um acordo.
O Millennium BCP, sem mencionar o processo disciplinar, oferece-lhe uma quantia para ele ir embora. ISSO ESTÁ DOCUMENTADO. Mas, ele recusa a proposta sem saber que o seu destino já estava traçado...
No final de novembro, meu marido recebe uma SMS comunicando-lhe que seu empréstimos pessoais foram debitados e que sua conta está negativa. Ele, que continuava de baixa psiquiátrica, imediatamente telefonou à sucursal de funcionários e, então, recebeu a notícia: foi despedido por justa causa… É isso mesmo! Por telefone, através de uma colega, ele fica sabendo que foi despedido!
Parece cinema, mas não é!
É mesmo uma jogada do Millennium BCP!
Meu marido, sem carta de despedimento, pela lei portuguesa, nada podia fazer naquele momento e assim, o tempo passou e beneficiou ninguém mais que o Millennium BCP.
Coincidência?
Na minha opinião de leiga, a designação correta seria CONVENIÊNCIA.

Mais dúvidas:

Além da indignação, da dor, da tristeza... fica outra grande dúvida:
Podem despedir um funcionário doente, que está de baixa psiquiátrica e sem avisá-lo formalmente?

 

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