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Estão tentando calar a minha voz...

Bom dia!
Infelizmente o "Diário de uma Brasileira em Portugal" está sendo impedido de ser divulgado.
Há alguns dias que o Facebook, localizado nos EUA, tem visitado a página do Blog, até que ontem bloqueou uma pessoa que me ajudava a divulgar nos grupos e em seguida apenas dois visitantes chegaram ao Blog em 24 horas.
O Blog tinha uma média de mais de 100 visitantes diários, baixou milagrosamente para 2 visitantes. Sem contar que os postagens nos grupos foram apagadas.
A partir disso, começo a me sentir, mais uma vez, frágil e injustiçada, porque depois de tudo que nos fizeram ainda estão tentando nos impedir de falar. Falar que deveria ser um direito de todos!
Nunca imaginei que um simples diário, sem nenhuma intenção de ser jornalístico, fosse incomodar alguém "grande" a ponto de tentar impedir que uma simples "brasileira sem capacidade para adquirir conhecimentos bancários" (como me chamaram no Tribunal do Trabalho) falasse...
Neste momento, sinto-me triste e, mesmo sem saber se esta mensagem vai ser divulgada, precisava partilhar.
Quem leu o "Diário" sabe que não falei tudo que aconteceu. Embora, meu intuito seja partilhar as injustiças que fizeram ao meu marido, o preconceito  e a falta de respeito com que me trataram, eu sempre fui sutil. Evitei falar aquilo que não vi, mas que sei que aconteceu. Porque, afinal, qual esposa que não sabe os problemas diários do seu marido? Qual é o casal que não troca experiências, boas e más? É natural que meu marido partilhasse comigo suas tristezas, derrotas, injustiças, etc..
Mesmo assim, aquilo que não vi, evitei falar, porque minha intenção nunca foi provocar ninguém, mas apenas relatar, sob o meu olhar, o que eles estão fazendo com as nossas vidas...


Será que não há limites para quem tem dinheiro?

Ansiedade pode ser confundida com mentira pela justiça? Detalhe: sem qualquer teste ou prova...

Como é  possível que um magistrado não saiba que uma pessoa que está sofrendo há mais de um ano pode naturalmente estar com ansiedade?

Vivemos num mundo, onde cada vez mais as pessoas sofrem de depressão, de ansiedade e muitas outras doenças de foro psíquico e psicológico. Todos nós, por menos conhecimentos que tenhamos, já ouvimos falar disso, pelo menos uma vez na vida. Inclusive, essa doença é pauta de vários programas de TV, de artigos de revistas e até de notícias em jornal.
Doença?  
Sim! Ansiedade é uma doença!
A ansiedade é uma doença capaz de prejudicar a qualidade de vida, autoestima e saúde do ser humano. No meu caso, tem prejudicado quase todas as áreas da minha vida. Mas, somente agora, que vi meu marido prejudicado pelos sintomas da minha ansiedade é que resolvi começar a me tratar.

“A ansiedade é uma excitação do sistema nervoso central, que acelera o funcionamento do corpo e da mente. Quando estamos ansiosos, liberamos o neurotransmissor noradrenalina, que provoca toda essa excitação. É um processo que pode ser tanto hereditário como adquirido através das experiências que temos nos ambientes mais hostis. A ansiedade está intimamente vinculada à forma como interpretamos as situações da vida”. (Sâmia Aguiar Brandão Simurro, texto retirado do site UOL)
Sendo assim, vivendo eu em um mundo de hostilidade, de preconceito e de mentira, é natural que eu esteja pior da ansiedade. Digo pior, porque esse é um mal do qual eu sofro desde criança, que piorou desde que tenho sido usada como arma contra meu marido.


Apesar de não ter a pretensão de  escrever um artigo científico sobre "ansiedade", faz-se relevante citar alguns dos sintomas causados por essa doença.
  • Dores abdominais (esse pode ser o único sintoma de ansiedade, especialmente em uma criança)
  • Diarreia ou necessidade frequente de urinar
  • Vertigem
  • Boca seca ou dificuldade de engolir
  • Dores de cabeça
  • Tensão muscular
  • Respiração acelerada
  • Batimentos cardíacos acelerados ou irregulares
  • Transpiração
  • Agitação ou tremor
Dessa lista, três são os que sinto sempre que fico nervosa ou ansiosa. Falta-me a saliva, meu coração fica superacelerado e tremo muito.
Isso acontece sempre que tenho que falar em público, falar num grupo, apresentar um trabalho, conversar com alguém que me parece superior ou que eu já tenha conhecimento que se trata de alguém agressivo. Ah! Também fico nervosa quando estou torcendo pelo meu time de futebol e quando estou a espera de uma resposta.
Como eu não ficaria nervosa no Tribunal do Trabalho, onde passei o dia todo numa salinha vendo os funcionários do Millennium BCP com cópias dos meus documentos nas mãos? Isso, sem contar que gostaria de estar ao lado do meu marido e não podia porque era testemunha... Contudo, certamente, estive torcendo por ele.
Nem imaginam a dor de estar longe dele numa hora em que eu sabia que ele precisava de mim.
Somado a isso, ainda incluo mais de um ano de tortura, em que vi meu marido sofrer e sofri junto com ele. Um sofrimento sem tréguas, que aumentava a cada dia e que arrancava lágrimas de dor.
Será que o juiz no meu lugar não estaria nervoso?
Posso ainda acrescentar a surpresa de ver os meus cheques ali no Tribunal, o que me deixou indignada. Porque, até hoje, não sou capaz de entender o poder de um banco, que não fez exame grafológico à minhas assinatura, que não devolveu meu dinheiro (o que seria natural se ele não considera minha assinatura), afirmar que não assinei os meus cheques que esse mesmo banco pagou por eles, e ficar por isso mesmo.
Será que alguém no meu lugar ficaria calmo?
Será mesmo possível ficar calmo diante de tanta injustiça?
Fiquem sabendo que, neste momento, só de me lembrar, tenho as mãos geladas e trêmulas...


 

Tudo é muito bem calculado... Onde está a justiça que não se utiliza de seus poderes para averiguar os fatos?

Estou revoltada, eu sei que não devia estar, sei que faz mal para mim mesma, mas é mais forte que eu.
Desde ontem, quando recebi aquela carta do Millennium BCP que estou com muita raiva... É horrível perceber o que está acontecendo e não poder fazer nada. Angustia-me saber que sou tão frágil e impotente. Tenho um nó na garganta, uma dor horrível que dilacera meu coração e um sentimento de revolta que grita dentro de mim e me sufoca por ter que aceitar tanto... acho que a designação pode ser oportunismo, pois a primeira acepção do Dicionário Houaiss diz "habilidade em tirar partido de circunstâncias ou fatos para a obtenção de algo".
É tão evidente que o Millennium esperou pela resposta do Tribunal do Trabalho para se manisfestar e, assim, ficar cheio de razão..
A sentença do Tribunal chegou aqui dia 16 de julho e a carta do MiIllennium dia 20 de julho... Não é muito conveniente?
Este processo está cheio de "coincidências", aliás, o que mais tem nesse processo são "coincidências" que eu chamaria de conveniências e... por que não calculismo?
O envelope que chegou pelo correio não tem carimbo de data, a única data é a que esta expressa na carta, ou seja, a data colocada pelo Millennium BCP, 10 de julho de 2013.
Incrivelmente, a carta levou 10 dias para chegar aqui, mais tempo que uma carta que vem do Brasil... Acredito que a tal carta, se saiu de lá dia 10, provavelmente veio a pé, pois só isso justificaria tanta demora.
 
Onde está a justiça que não investiga?
Por que palavras servem?
Mas palavras do Millennium! Estas servem como prova! A minha palavra não serve...
Por que não procuram provas concretas?
Por que não fizeram (e por que não fazem) um exame grafológico às assinaturas?
Por que as imagens de segurança são destruídas e fica por isso mesmo?
Por que não chamaram uma junta médica do Ministério Público, já que afirmaram que a doença é inventada?
Por que o testemunho da médica psiquiatra, que falta ao tribunal, pode ser esquecido?
Mais incrível que a médica faltar, são as palavras do advogado do Millennium BCP que afirmou "psiquiatras fazem aquilo que lhes pagam para fazer"...  O que será que ele quis dizer com isso? 
Por que não investigam se houve perseguição e assédio moral que é o que parece?
Fico me perguntando, para que servem os peritos da investigação, para que tipo de caso?
Afinal, uma investigação pode esclarecer muita coisa... Não serve a justiça também para isso, para investigar?

 
 

Resposta à denúncia ao Banco de Portugal

Como é natural, eu como cliente, fiz uma reclamação ao Banco de Portugal contra o Millennium BCP, que sem nenhum constrangimento se utilizou dos meus dados pessoais, da minha conta bancária, dos meus extratos discriminados, de cópias de cheques meus para atingir o meu marido, então funcionário da referida instituição.
A denúncia foi feita em 1 de março deste ano, logo após eu ter me conscientizado de cópias dos meus dados junto a um processo trabalhista entre o Millennium BCP e meu marido.
Todos esses meses, enquanto o processo decorria no Tribunal do Trabalho de Lisboa, o Millennium BCP manteve-se em silêncio, mas incrivelmente ou convenientemente hoje, depois da decisão do Tribunal, recebi uma carta do Millennium BCP dizendo entre outras coisas que eu já sabia.

Eu não sabia! Eu fiquei sabendo no Tribunal do Trabalho!
É isso que essa instituição deveria assumir, mas não, ela insiste em ser a vítima da história, porque é fácil se fazer de vítima quando se tem dinheiro...
Não era do meu conhecimento até eu encontrar os meus dados no Tribunal do Trabalho. Nunca foi do meu conhecimento, portanto o que o Millennium BCP está faltando com a verdade.
O MILLENNIUM BCP SE UTILIZOU DOS MEUS DADOS SEM NUNCA ME CONSULTAR OU COMUNICAR. NUNCA!
Para aumentar a minha surpresa, o Millennium BCB levou cópias dos meus cheques ao Tribunal do Trabalho, bem como distribuiu-as aos seus funcionários chamados como testemunhas (isso eu vi na sala das testemunhas), os quais estiveram sem qualquer problema folheando na minha frente, como se estivessem a decorar textos.
Como se não bastasse, o Millennium BCP que pagou pelos meus cheques, mais de uma no depois alega que eu não os assinei sem nunca me chamar para esclarecer ou fazer um exame grafológico.
Agora, minha dúvida é, se eu não assinei os cheques por que o Millennium BCP não deixou o dinheiro na minha conta? Gostaria que o banco respondesse à essa pergunta
Se uma instituição bancária, em quem eu confiei para receber o meu salário e guardar minhas economias, pode me ultrajar dessa forma sem eu nada ter feito e ainda acusar sem provas e ficar por isso mesmo, eu pergunto:
Onde está a lei, a justiça e a ordem?
Eu espero que o Banco de Portugal questione o porquê do Millennium BCP não me comunicar nada, levando meus dados ao tribunal do trabalho sem provas e ainda me ultrajando como se eu tivesse cometido algum crime, colocando a origem das minhas economias em causa e distribuindo os meus dados entre os seus funcionários
Nós sabemos que eu fui usada pelo Millennium BCP apenas porque sou frágil, sou mulher, sou pobre e sou estrangeira. Muito conveniente para um banco que vai aos meios de comunicação dizer que quer se desfazer de centenas de funcionários...
Gostaria que exigissem do Millennium BCP que tivessem o mínimo de respeito pelo seus clientes, porque tudo que fui dessa instituição foi cliente. Nunca quis ter cartão de crédito, apesar de tentarem me convencer a aderir a um. Nunca devi um cêntimo a essa instituição, que pelo simples fato de ser grande e rica acha-se no direito de expor meu extratos bancários, minhas assinaturas, meus cheques, minhas economias e meu nome.
Agora isso fica assim? Eles dizem que podem e podem mesmo?  
E os meus direitos de cidadã e de cliente? Não existem? É normal a conduta de uma cliente ser colocada em causa só porque se casou com um funcionário do banco?
Volto a relembrar: Eu abri a conta no Millennium em 27 de março de 2009.
Casei-me com um funcionário do Millennium em 27 de março de 2011, o mesmo ano em que o Millennium decidiu usar meus dados.
Coincidência? Não seria conveniência?
Não é crime se casar com um funcionário, mas será que não é crime utilizar meus dados para atingir um funcionário?
Minha reclamação é de uma cliente que confiou numa instituição bancária e teve seus dados pessoais expostos, suas assinaturas questionadas e sua conduta colocada em causa, sem ser informada em nenhum momento.
Só sei disso porque realmente fui chamada ao tribunal do Trabalho como testemunha e lá tive conhecimento de meus dados estavam ali expostos, não só num processo, como na mão de vários funcionários do Millennium....
Acho que é muito conveniente ao Millennium BCP alegar que sou esposa de um funcionário, porque antes disso eu sou cliente. Primeiro abri uma conta, guardei minhas economias no Millennium BCP, confiei nessa instituição e só depois, 2 anos depois, que me tornei esposa.
Isso é razão para ser usada?
Ficam aqui as minhas questões.
Gostaria que me explicassem o porquê de um banco ter tantos direitos, direito de ofender, de expor, de ultrajar uma cliente... Onde está escrito isso? Qual é o número de lei?

 

Breve retrospectiva: Como uma imigrante é envolvida em um processo trabalhista do Millennium BCP

Em primeiro lugar, quero deixar claro que a voz que fala aqui é sutil e tímida, porque, para proteger o meu marido, sufoco o grito na garganta e limito-me a dizer aquilo que se pode provar... Como todos nós sabemos, "a corda arrebenta do lado mais fraco".
Apesar disso, não resisto em me utilizar do meu direito à liberdade de expressão... 

Introdução

Saí do Brasil, interior de São Paulo, e vim para Portugal, em junho de 2001. Acreditava que aqui seria melhor, que havia mais justiça, mais igualdade, melhores salários, etc.… Essa é a visão de uma moça caipira que sonhou um dia sair de sua cidade e estudar no exterior. 
Eu pretendia fazer o mestrado e regressar ao Brasil, pois acreditava que um título de outro país me abriria portas na minha cidade, já que eu lecionava há 450 km de casa e só conseguia viajar para lá uma vez por mês. Concluí o mestrado, mas acabei ficando aqui e não sei explicar o porquê.


Durante quase dez anos, estive sozinha, contudo, um dia entrei no Millennium BCP para abrir uma conta e conheci um rapaz com quem me casaria 2 anos depois (27 de março de 2011).

Balcão de Alvalade,
onde, em 27 de março de 2009, eu abri uma conta
Nesse banco, como é natural, visto ser a única conta bancária que possuia, guardei todas as economias do tempo em que estive em Portugal. Essas economias são o acúmulo da parte do meu salário que sobrava todos os meses durante 10 anos…


O meu envolvimento no processo trabalhista do Millennium BCP

Um dia, porém, mais precisamente em Dezembro de 2011, precisei de parte do dinheiro e pedi ao meu marido (e funcionário do Millennium BCP) que descontasse cheques para mim. Esse foi o seu crime! 
Não sei bem como, o Millennium BCP, aproveitando-se dessa situação, acusa meu marido de “mexer” no meu dinheiro sem meu conhecimento. Segundo dizem agora, e somente agora, eu deveria ter mudado a minha conta de balcão.
Como eu poderia saber disso se são normas internas do banco? Não caberia ao gerente daquele balcão me avisar após o casamento?

A punição do Millennium BCP

O resultado disso é que como punição, meu marido foi transferido da área comercial para os serviços internos do banco. Para ele, que já estava doente e que adorava a área comercial, ficar trancado nos serviços internos foi mais que punição, foi tortura. Essa tortura levou-o a um estado depressivo pior do que aquele que já se encontrava. Eu via-o murchando dia-a-dia, mas ele se mantinha forte, acordava todos os dias cedo e ia trabalhar…

Dois meses depois da transferência, início de Março de 2012, fazem-lhe uma proposta para trabalhar em outra área do banco, no Tagus Park, e ele recusa-a sem pensar. Seu grande erro!
Na minha opinião, ele não tinha capacidade psíquica para analisar uma proposta, por isso, sem perceber o risco que corria, disse ao entrevistador “não me sinto capaz neste momento porque estou em tratamento médico”…
No dia seguinte à recusa, o Millennium BCP abre um processo disciplinar com intenção de despedimento com base no dinheiro retirado da minha conta em Dezembro de 2011, acusando-o de tirá-lo sem o meu conhecimento.
Cabe salientar que eu nunca me queixei ao banco, nem fui contactada pelo Millennium BCP para prestar quaisquer esclarecimentos. Contudo, este não hesita em usar o meu nome e os dados da minha conta pessoal e individual para prejudicar um funcionário, o meu marido.
 Em 5 de maio de 2012, a pedido do meu marido, dirigi-me à uma dependência do Millennium BCP, no Tagus Park para prestar esclarecimentos. Fui recebida por um advogado que, a princípio fez-nos entender que não sabia que éramos casados, tendo inclusive feitos perguntas maliciosas acerca do nosso relacionamento, o que fez com que meu marido se exaltasse e seu advogado o tirasse da sala. Depois desse incidente, ele questionou-me acerca do dinheiro levantado e me deu um papel manuscrito para assinar, onde ele resumia o que eu lhe disse. Expliquei-lhe que havia pedido um favor ao meu marido porque estava com problemas e precisava do dinheiro (que era meu). Apesar disso, parece que o banco não aceitou a minha versão dos fatos.
Errei, é verdade, ao pedir-lhe esse favor. Ele errou ao me fazer esse favor, também é verdade. Por isso, ele foi tranferido de posto de trabalho como uma "chamada de atenção". Mas, isso não é motivo suficiente para um despedimento por "justa causa".
Tanto não é suficiente que precisam destruir as imagens desse dia e acrescentar mais alguns detalhes a isso, os quais também poderiam ser comprovados se visualizássemos as imagens de segurança.
Onde estão as imagens? As imagens que deveriam ser preservadas, principalmente porque pretendiam abrir um processo disciplinar, foram destruídas! E quem se prejudica com a destruição das imagens? A única pessoa que se prejudica é um funcionário que está doente, e como tal, diante de tanta pressão perde-se e acaba se submetendo a eles bem como ao jogo deles...
Mais isso ainda não lhes basta, precisam de mais ou, então, como despedir "por justa causa"?
Por isso, além de mim, o médico, que trata do meu marido há anos também foi chamado para confirmar a sua doença. Porque, por incrível que pareça, o Millennium BCP coloca em causa a palavra, não apenas do meu marido, mas do médico. O que me faz entender que o Millennium BCP se acha o único possuidor da verdade.

Consequência de toda essa pressão

Em Outubro de 2012, meu marido vai abaixo e entra de licença médica. Só quem assistiu ao seu sofrimento é capaz de entender que ele padecia calado. Eu o vi chorar feito criança. Sua dor era angustiante, mas eu nada podia fazer, além de orar e proferir palavras de força. Ele se sentia diminuído como profissional, sentia-se enganado pela empresa a quem dedicou mais de 20 anos da sua vida… Eu não sei o que acontecia lá dentro, mas sei que ele sofria muito… A baixa médica veio contrariar-lhe, mas mesmo assim, ele obedeceu a psiquiatra e aceitou ficar em casa. Outro erro terrível.
No início de novembro, depois de todos esses meses em silêncio, o Millennium anuncia na mídia que pretende despedir 600 funcionários, dentre os quais meu marido é chamado para aceitar um acordo. O Banco, sem mencionar o processo disciplinar, oferece-lhe uma quantia para ele ir embora. Mas, ele recusa a proposta sem saber que o seu destino já estava traçado.
No final de novembro, meu marido recebe uma SMS comunicando-lhe que seu empréstimos pessoais foram debitados e sua conta está negativa. Ele, que continuava de baixa psiquiátrica, imediatamente telefonou à sucursal de funcionários e, então, recebeu a notícia: foi despedido por justa causa… É isso mesmo! Por telefone, através de uma colega, ele fica sabendo que foi despedido! Parece cinema, mas não é! É mesmo uma jogada! Ele sem carta de despedimento, pela lei portuguesa, nada podia fazer naquele momento e assim, o tempo passou e beneficiou ninguém mais que o Millennium BCP. Coincidência? Na minha opinião de leiga, a designação correta seria conveniência.

 

Síntese cronológica do despedimento designado "justa causa"

Se observarmos bem, se fizermos uma cronologia das datas, se atentarmo-nos aos fatos, poderemos perceber que a atitude do Millennium BCP, embora calculada, demonstra incoerências. Pois, é possível ver que durante um ano esse banco tenta dois caminhos independentes para chegar ao seu objetivo, o despedimento:
1º. Em Março de 2012, depois de ter sido castigado com uma transferência de posto de trabalho, meu marido recebe uma proposta para ir trabalhar em um projeto novo no Tagus Park e recusa-se a ir por estar doente, fato que explica ao entrevistador;  
2º. Com data do mesmo dia da recusa, a abertura de um processo disciplinar baseado em fatos que ocorreram em Dezembro; 
3º. Em Novembro, é feita uma proposta de acordo pelo Millennium BCP a um funcionário de licença médica por doença psiquiátrica; 
4º. Uma semana depois da proposta feita a um homem depressivo, este recusa-a;

5º. Empréstimos pessoais debitados na totalidade na conta desse funcionário que está doente e ausente do trabalho; 
6º. Um telefonema por parte desse funcionário, que está doente, para prestar esclarecimentos acerca do saldo devedor e a revelação que foi despedido; 
7º. Sem nenhum documento, esse funcionário continua e enviar as baixas médicas ao Millennium BCP, até receber um e-mail comunicando que ele não trabalha mais lá; 
8º. Finalmente, com data do mesmo dia da recusa, um despedimento dito “por justa causa”, comunicado por telefone, com base no processo disciplinar iniciado em março de 2012 com base nos fatos ocorridos em dezembro de 2011.
 Por não existir uma carta de despedimento, meu marido não pôde recorrer em tribunal solicitando uma suspensão cautelar do despedimento, como poderia fazê-lo se tivesse tal documento em seu poder. Esse procedimento lhe daria o direito de receber salário enquanto o Tribunal do Trabalho não trata do assunto. Assim sendo, nem salário, nem subsídio de desemprego e um acúmulo de dívidas, além dos problemas emocionais e psicológicos.
O caso está no Tribunal do Trabalho de Lisboa. O Millennium, que não quer acordo, retirou-lhe todo o dinheiro em novembro (salário, subsídio de Natal e de férias) deixando sua conta negativa em mais de seis mil euros. 
Enquanto esperamos pelo julgamento, as dívidas vão se acumulando e não sabemos a quem recorrer.
 Estamos correndo o risco de perder tudo, inclusive a casa onde moramos. Alguém sabe explicar porquê?
Alguém consegue explicar-me como um homem que se dedicou mais de 20 anos a um banco, foi promovido algumas vezes, possui um cargo de chefia, exerce a função de caixa, fica doente por sofrer assédio moral, e ainda é escorraçado como se fosse desonesto e golpista e ninguém faz nada?

Ser estrangeiro é critério para não adquirir conhecimento do local onde se vive?

Esta questão surgiu em função do representante do Millennium BCP ter dito que eu, por ser brasileira, não poderia ter conhecimentos bancários em Portugal...
Não seria isso xenofobia? Ou seria ignorância?
Seja lá o que for, o fato é que vivemos num mundo, cada vez mais, globalizado e com menos barreiras.
Calma! Não estou dizendo que tudo é fácil e acessível. Não é isso. Mas, que é possível aprendermos todos os dias, sobre tudo, e em qualquer lugar, basta querermos.
Apesar de eu ser estrangeira, já perdi a conta dos cursos gratuitos que fiz em Portugal. Cursos de Informática; Direito do Trabalho; Formação de Formadores; Igualdade de gênero; Eco-empresa; Segurança no trabalho; Inglês, etc..
Os cursos não nos tornam melhores nem mais sábios que ninguém, apenas oferecem-nos ferramentas para aprendermos e motivam-nos a querer saber mais sobre o tema aprendido e muitos outros assuntos, além de nos despertar para a comunidade que estamos inseridos.
Bibliotecas? Existem tantas em Lisboa, além de uma rede de bibliotecas municipais, sem custos, com um vasto acervo. Portanto, podemos ler livros, mesmo sem poder comprá-los.
E-books. Estes são muito mais acessíveis. Nem imaginam a quantidade de livros digitais disponíveis na Internet, sem contar a troca entre amigos, os disponibilizados nas universidades pelos professores, etc.
Sites informativos, enciclopédicos, dicionários online e gratuitos, jornais, revistas, artigos científicos... tudo isso e muito mais é possível encontrarmos na maior biblioteca do mundo, a Internet.
Para quem ainda não tem computador, existem espaços gratuitos onde é possível utilizá-los. Aqui mesmo, na rua onde moro há um desses espaços que pertence à BLX, Bibliotecas Municipais de Lisboa.
Assim sendo, o que impede uma pessoa de aprender não é a sua origem, mas o seu interesse. A nacionalidade de uma pessoa jamais determinará os limites de seu conhecimento.
Esta é apenas uma resposta à pessoa que pensa que sabe mais apenas porque é nativo e que subestima o estrangeiro. Na verdade, sinto pena dela, porque... coitada... está cegada pela ignorância.

 Não permitamos que nos imponham rótulos.

A espera continua...

 Esta é a terceira data que o juiz agendou para a continuação do julgamento.
Mais uma vez, seguimos cedo para o Tribunal do Trabalho, chegamos lá cerca de 9 horas, meia-hora antes da marcada.
Estávamos ansiosos, crentes que seria esse o dia da sentença do juiz, mas não foi. Não acabou ainda.
Estivemos à espera que juiz e advogados falassem... e mais nada.
Desta vez não há nova data agendada, apenas temos que esperar...
Não estamos tristes por isso, porque cremos que temos que esperar pelo tempo de Deus, pois Ele sabe tudo, e nós, ainda, começamos a aprender que há tempo para tudo...

É preciso ter nervos de aço...?

Para ver tantas incoerências, irregularidades e crueldade, só mesmo tendo nervos de aço para suportar...

Para quem não leu a primeira parte, esta é a continuação de um julgamento no Tribunal do Trabalho de Lisboa, cuja entidade empregadora (ou seria demissora?) é o Millennium BCP .
Eis a nova data que o juiz marcara para a continuação do julgamento...
Acreditando que seria o final, que nesse dia acabaria a nossa angústia, mais uma vez, seguimos para o Tribunal do Trabalho de Lisboa.

Para nossa surpresa, apenas ouvimos os advogados, ou seja, aquilo que eu acreditava que seria o final, resumiu-se a uma conversa de advogados, onde o advogado de defesa proferiu o mínimo de palavras e nós éramos meros expectadores...  
Primeiro, o advogado do Millennium BCP dedicou-se a fazer acusações ao funcionário, contudo, o seu tema preferido era mesmo eu. Referia-se a mim como "dona", "senhora" ou mesmo pelo meu primeiro nome.
 Para quem não sabe, em Portugal, e mesmo naquele tribunal, todos os licenciados são tratados por "doutor", inclusive esse advogado referiu-se às outras testemunhas licenciadas assim, por "doutor" e "doutora".
Ali, ele era o dono das palavras e usava-as sem nenhuma preocupação em ofender alguém, e empenhava-se em me transformar numa mulher sem profissão, sem estudo e sem caráter. Ninguém me defendeu...
Dentre tantas coisas, ele disse que eu, como brasileira não poderia ter conhecimentos bancários; afirmou que não assinei os meus cheques, apenas para parecer que foi meu marido que os assinou e que eu mentia...  Tudo era tão doloroso que não me lembro com clareza.
O que mais me marcou, que me feriu profundamente, que me fez chorar e até ter uma reação impulsiva (que foi interrompida pela escrivã) foi ele ter dito que a origem de minhas economias teriam que ser investigadas. AS ECONOMIAS SÃO DE UM VALOR MUITO PEQUENO, MAS QUE ELE FAZ PARECER MILHÕES... Pior que o conteúdo do discurso era a maneira de o expor.
Não me lembro de ter sido tão ultrajada em minha vida. E pior, tive que me manter calada, sem nenhum direito de defesa. Afinal, tudo tinha sido muito bem planejado para me atacar de surpresa... e conseguiram, pois eu fui surpreendida!
Nada ali fazia sentido para mim, não sabia que advogados tinham poderes para levantar suspeitas com base em nada, ofendendo e humilhando uma simples testemunha, empregando um assunto que não lhe fora perguntado em depoimento.
Como se já não bastasse eu ter sido envolvida em um processo trabalhista de uma forma tão... nem sei a palavra que designa o modo em que o Millennium BCP se utiliza de meus dados bancários sem meu conhecimento. Ou seja, como se não bastasse tudo que me fizeram, eu ainda teria que ser insultada em Tribunal sem direito a me defender. Sim, sem nenhum direito! Porque não me foram feitas essas perguntas em nenhum momento, nem fora nem dentro do Tribunal, apenas limitaram-se a denegrir a minha conduta porque, assim, meu depoimento perderia o valor.
A meu ver, tudo não passou de um jogo para despedi-lo por justa causa, pois eu sou a única cliente envolvida no processo, a única que eles alegam ter a conta lesada por um funcionário do Millennium BCP, e coincidentemente meu marido. Portanto, se fizerem o juiz entender que eu minto, é mais fácil continuar com essa acusação, visto que eu neguei que meu marido "mexeu" no meu dinheiro e que fui eu que assinei os cheques.
Eles insistem em dizer que não assinei os cheques, que minto, que tenho economias duvidosas e que, como brasileira, não posso ter conhecimentos bancários. MAS, PAGARAM OS CHEQUES COM O MEU DINHEIRO!
Ao convencerem o juiz disso, DE QUE NÃO ASSINEI OS CHEQUES, o que acontecerá?
Não é difícil prever o desfecho que eles estão tentando fabricar a qualquer custo...

Porém, na minha opinião, é simples: façam exames das assinaturas, investiguem as minhas economias, se isso lhes fazem felizes, e provem que uma brasileira não é capaz de ter conhecimentos bancários do país onde reside há 12 anos. Depois disso, então, acusem!
Para o referido advogado, nascer em Portugal é a única maneira de adquirir conhecimentos bancários de Portugal.
Isso não é xenofobia?
Cabe ressaltar que se trata apenas de conhecimentos simples que os clientes, na minha opinião, sabem ou deveriam saber. Porque, conhecimentos mais amplos, só mesmo sendo especialista da área, o que nada tem a ver com local de nascimento, mas com interesse pessoal.

A seguir aos insultos do advogado do Millennium BCP, ouvimos o advogado de defesa, que ignorou todas as provocações do advogado do Millennium BCP e limitou-se aos fatos... Fiquei (e ainda estou)perplexa.
A cena lastimável, seria bizarra, se não fosse trágica.



Nova data foi marcada...
Afinal, a luta continua.

Será que conseguiremos fazer com que a Justiça olhe para nós...?


Entenda o julgamento, veja: O dia do julgamento. e a Opinião de uma testemunha do Millennium BCP.

O meu testemunho no processo trabalhista do Millennium BCP

O dia do julgamento

30 de maio de 2013

Depois que todos foram chamados, na sala de testemunhas restara somente eu. A angústia aumentava a cada minuto, era uma verdadeira guerra de nervos.
Finalmente, pouco mais de 16 horas, fui chamada... uma mistura de alívio, força e ansiedade invadiu-me e segui para a sala de audiência.
Assim que entrei, fui informada pelo juiz que eu, como esposa, se preferisse, não precisava falar.
Como não falar? Eu estava engasgada há mais de um ano e ia recusar-me a falar? Claro que não!  
 Eu queria falar, só deixaria de falar se o advogado do meu marido assim determinasse. Olhei para eles, como quem quer uma opinião, nem meu marido nem o advogado pareciam querer que eu desistisse...
Então, respondi ao juiz, qual era meu nome, minha profissão, onde trabalhava. A seguir fiz uma juramento e fui orientada a me sentar. Foi a primeira vez que entrei em uma sala daquelas, estava muito nervosa, mas também cheia de forças para esclarecer aquela história.
Contudo, veio a surpresa, não havia forma de esclarecer nada, pois as perguntas eram as mesmas, somente elaboradas com algumas modificações, talvez, com o intento de me fazer dar respostas diferentes... 
A minha maior surpresa foi ter que fazer o reconhecimento da minha assinatura. Realmente, eu nunca imaginei que mais de um ano depois de o Millennium BCP ter pago os meus cheques, levá-los-ia ao Tribunal para questionar a veracidade da minha assinatura sem nunca ter-me demonstrado tal dúvida.
Como é que um banco tem esse direito? 
Eu seria capaz de entender se a dúvida fosse na época do pagamento, ou se eu tivesse reclamado o meu dinheiro de volta. Mas, assim, como uma peça do jogo que alguém decidiu usar apenas porque lhe pareceu conveniente um ano depois...? custa-me muito entender.
Pelo que sei o processo é público e a audiência foi gravada. Portanto, qualquer pessoa pode ver os meus cheques, extratos, aplicações bancárias, etc. Mas, eu nunca tive o direito de me explicar, nem de me defender e eu adoraria saber porquê.
Por que eu não tive o direito de ser chamada em dezembro de 2011 para reconhecer as assinaturas, já que foi a época que descontei os cheques?
E se o banco sente-se lesado por mim, por causa das minhas assinaturas, porque nunca fez nada para esclarecer o assunto? Porque não examinou minhas assinaturas, visto que existem exames grafológicos?
Essas perguntas ficaram sufocadas, porque o direito de falar não me foi dado.
Assim, depois de assinar um papel em branco na mesa do juiz, enquanto tremia, meu depoimento chegou ao fim...
Enquanto o juiz saía da sala, eu ainda tentei, pedi-lhe se eu poderia lhe dizer algo. Ele disse que sim. Então, perguntei-lhe:
"Por que o Millennium nunca me contactou se tinha essas dúvidas?"
O Juiz, então, apontando para o advogado do Millennium, disse-me que somente eles poderiam me responder...

Se eu soubesse que não me deixariam falar nada, que meu único direito era responder perguntas armadilhadas, eu teria me aproveitado do direito de me calar, que afinal, foi o único direito que não me negaram.

O dia do julgamento

O dia começa cedo, o julgamento está marcado para 9h30. A noite foi longa, agitada, as horas arrastavam-se...
Greve do metro, por isso, saímos de casa mais cedo, tivemos medo de nos atrasar. Apanhamos um táxi. Apesar do motorista parar em todos os sinais vermelhos, chegamos ao Tribunal do Trabalho antes das 9 horas.
Aos poucos, o "elenco" daquele ato ia se completando. Aparentemente, estavam todos lá...
Alguns expectadores também apareceram, dois deles faziam parte dos funcionários do Millennium BCP que aceitaram o acordo de despedimento. Indignados, foram levar conforto ao ex-colega.
Ates do julgamento, uma última tentativa de acordo.
Mas, o Millennium BCP não quer acordo, portanto o julgamento será iniciado...
A porta se abre, o funcionário descartado acompanha seu advogado e eu o acompanho. Mas, quando vou entrar na sala, sou avisada que não posso entrar, afinal, sou testemunha!
É verdade, sou testemunha, mas também sou esposa, gostaria de estar ao lado do meu marido. Porém, infelizmente, saio e fico sem saber para onde ir.
Depois de algumas voltas pelo corredor, decido ir à sala das testemunhas, afinal, sou testemunha! Meio tímida, muito nervosa, mas decidida, entro na sala, que faz silêncio absoluto. Naquele instante eu só ouvia o barulho do coração...
Aos poucos, aquelas pessoas vão se sentindo à vontade e começam a conversar, rir, ler textos, trocar impressões, apontar para o texto como se tivessem certezas, onde outra pessoa teria dúvidas, etc.. Parecia que estávamos nos bastidores de uma novela ou algo parecido... até um senhor em pé contando piadas e gesticulando, enquanto outros dois riam, havia ali.
Assim, passamos a manhã ali naquela sala, onde as batidas do meu coração era o som mais alto que eu conseguia ouvir, e a tristeza e a angústia eram as minhas companheiras.
Infelizmente, sofro de ansiedade desde criança... Realmente, aquelas horas foram terríveis. Houve momentos que pensei que não fosse sobreviver, de tanto nervosismo, apesar de estar medicada.

Pausa para o almoço.

Eu não podia comer nada, pois havia algo preso em minha garganta, como se eu estivesse sufocada. Meu marido, acompanhou-me. Assim, ficamos andando nos arredores daquele tribunal enquanto os outros foram almoçar.
Na rua, seus colegas de trabalho, sem qualquer solidariedade, estavam em clima de festa. Nenhuma daquelas pessoas parecia constrangida. Acho que elas realmente acreditam que são melhores que meu marido e que seus empregos estão garantidos... COITADAS! O que fazem para manter um emprego... Até se esquecem dos valores. Se não fosse a mágoa, sentiria pena delas, principalmente daquelas que conhecia. 
Depois de tudo que vi meu marido sofrer, não ficaria surpresa se uma delas fosse a próxima vítima...

 De volta à sala das testemunhas

Dessa vez, havia menos pessoas, pois conforme eram ouvidas, deixavam o Tribunal, pois a ordem era que nenhuma testemunha ouvida poderia ter contato com as que não foram ouvidas.
Mas elas se encontraram na hora do almoço... Isso pode? Parece que pode. Ah! Telemóveis também eram permitidos... Ou seja, qualquer uma que saísse da sala de audiência, poderia trocar informações com aquelas que estavam ali na sala de testemunhas...
Por incrível que pareça, ainda havia um senhor a ler o bloco de textos,  até parecia que ele ia fazer uma prova importante, pois ele lia incansavelmente... Triste cena!
A médica psiquiatra foi chamada nesse período, mas ela não se encontrava na sala das testemunhas e nem em outra parte do tribunal. Fiquei muito decepcionada com sua ausência, pois, na minha opinião, ela era fundamental para explanar tudo que meu marido vinha sofrendo e quais as consequências de toda essa pressão para ele.
Sendo essa médica a profissional que diagnosticou e tratou por anos a depressão do meu marido, doença colocada em causa pelo Millennium BCP, não seria crucial marcar outro dia para ouvi-la?
Fica aqui a dúvida de uma leiga na área jurídica...
 
Assim, todos foram sendo chamados, até que na sala de testemunhas só restava eu...

Meu testemunho

Eram mais de 16 horas quando ouvi meu nome..
_____________________________________
 
Amanhã eu conto como foi o meu testemunho.
Boa noite!

Conceito de "Justiça" segundo a Igreja católica
 
 

O tempo passa, a dor permanece, mas o dia da verdade chegará...

Mesmo aqueles que são poderosos, porque tem dinheiro, não podem manter uma mentira para sempre. Podem?
Custa ver o tempo passar, é verdade, ficamos com a sensação que somos impotentes... é bastante doloroso estar à espera, porém a soma dos dias tende a curar as feridas e revelar o oculto. Porque, nem mesmo um grande banco é páreo para Deus... E Deus está do nosso lado! 
Deus não compactua com ciladas...
Assim, diz a Bíblia:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;" (Efésios 2:8-9)
Como vemos, Deus pode todas as coisas e Seu poder está à disposição de todos aqueles que Nele confiam... Nós cremos na graça de Deus!

Quando abrir uma conta, não se apaixone pelo bancário

 Porque se você se apaixonar, pode complicar a sua vida e a do bancário. Foi isso que aconteceu comigo. E se o banco começar a dizer que pretende despedir funcionários, fuja! 

Apesar de todo esse transtorno, de toda a culpa que sinto por ser utilizável como arma contra esse bancário, ainda assim, a nossa história valeu (e vale) a pena.
Tudo aconteceu assim:
Eu tinha uma conta ordenado em um banco, que foi aberta por uma empresa onde eu trabalhei. Um dia o cartão perdeu a validade e eu tive que pedir outro cartão, mas como eu não tinha casa no meu nome, nem conta de luz, água ou outra coisa, ou seja nenhum comprovante de residência, o banco se recusou a alterar meu endereço enviando, segundo ele, o cartão para um endereço onde eu não mais morava. Isso era me dito toda vez que eu reclamava. Infelizmente, em Portugal, alterar um simples endereço é uma tarefa bem complicada para um imigrante que não tem nada no próprio nome.
Então, encerrei a conta, e fiquei sem ter onde depositar meu salário.
Foi por isso que entrei no Milleniumm BCP para tentar abrir uma conta. Primeiro, falei com uma moça que me informou quais os documentos necessários. Depois de reuni-los, retornei ao balcão do Millennium BCP, em frente ao Santo António, na Avenida de Roma, que ficava há duas quadras de onde eu morava.
Nesse dia, fui atendida por um rapaz que tinha uns cabelos fartos e era muito prestativo, bem diferente da maioria das pessoas que nos atendem em lugares públicos. Senti-me tão bem tratada que confiei logo naquele rapaz e, como tinha pressa, deixei todos os documentos para ele abrir a conta, inclusive o cheque do meu salário e fui tratar dos meus afazeres.
Voltei à tarde, conforme tínhamos combinado. Quando cheguei à porta do banco, ela se abriu como mágica, e ele apareceu, até parecia me esperar… estava tudo pronto. Assinei os papeis, peguei os que me pertenciam e fui embora.
Desde esse dia, toda vez que eu entrava no Millennium BCP, era sempre atendida por esse rapaz, o que fez com que fosse nascendo uma certa amizade.
Com o passar do tempo, eu ficava nervosa cada vez que o via. Tremia, meu coração disparava, etc. Parecia uma adolescente...  Comecei a notar que era recíproco, o que me deixava mais nervosa... Até que, um dia, ele me convidou para almoçar.
Não almoçamos. Mas, nas férias dele, tomamos um chá no Centro Comercial de Roma, que foi suficiente para percebermos que o tremor e o nervosismo eram mútuos. Parecíamos dois adolescentes.
Eu nem sabia que era possível sentir isso na nossa idade…
Numa outra ocasião, cerca de três meses depois do chá, saímos para jantar.
Um dia fiz brigadeiro e levei para ele na saída do trabalho…
Cerca de um ano mais tarde, passamos um sábado no zoológico de Lisboa, andamos de mãos dadas e nada mais.
O tempo passava, mas éramos tímidos. Éramos muito parecidos na insegurança de um novo relacionamento então, tornamo-nos amigos.
Até que dia 22 de agosto de 2010, começamos a namorar.  
Dia 23 de Setembro de 2010 eu viajaria para Porto Alegre para estar três meses na UFRGS, para realizar uma pesquisa para o meu doutorado.
Dia 22 de setembro, véspera da minha viagem, ele apareceu em minha casa com um anel.
Parecia sonho. Ele me pedia em casamento com um anel de noivado! Senti-me num conto de fadas... Aceitei, claro!
Aquela viagem a Porto Alegre, que fazia parte dos meus sonhos, tornou-se longa e indesejada.
Regressei a Lisboa 20 dias antes do previsto.
Marcamos o casamento, escolhemos a mesma data de abertura de conta no Millennium BCP, 27 de março, porque acreditávamos ser esse um dia de sorte.
Assim, dia 27 de março de 2011, casamo-nos.

Mas, no final deste mesmo ano, 2011, o pesadelo começou… e continua.

Eu nunca imaginei que manter a conta no Millennium BCP pudesse servir para ajudar a destruir meu marido. Mas, a verdade é que hoje sinto-me muito culpada por tudo que o vi (e vejo) sofrer sem poder fazer nada. Sim! Não tenho poder para fazer nada.
Não me deram a chance de mudar de banco. Poderiam ter me pedido para alterar o balcão da conta. Bastava um telefonema, um e-mail, um telegrama, qualquer coisa que servisse de alerta, e eu teria mudado. Mas, não! Não se comunicaram comigo, mas, mesmo assim, sou culpada por manter a conta onde meu marido trabalhava… Pior que isso, sem saber colaborei para atingi-lo.

Por isso, fica aqui um conselho:

Se abrir uma conta, não se apaixone! Mas, se for inevitável e se se apaixonar, mude de banco!



A intenção do Millennium BCP...

Depois de envolver uma cliente estrangeira em um processo trabalhista, qual seria o próximo passo para um banco que não mede esforços para atingir seus objetivos de se livrar de centenas de funcionários?



Imagem da Internet
O próximo passo, claro, seria fazer com que o depoimento dessa cliente não tivesse nenhum valor em juízo.
Para tal o Millennium BCP, progressivamente, foi me diminuindo diante do Tribunal do Trabalho até denegrir a minha imagem.
Primeiro, trata-me por "senhora" enquanto trata os outros licenciados por "doutor" e doutora". Depois, chama-me estudante, como se eu não tivesse trabalho remunerado, já planejando, no final, insinuar que minhas economias são de origem duvidosa.
Além disso, diz que uma brasileira não poderia ter conhecimentos bancários. O que é absurdo. Qualquer pessoa pode ter o conhecimento que quiser, bastando para isso informar-se.
Finalmente, acusa-me de não assinar meus próprios cheques, alegando que eu minto... Essa parte, confesso que não entendo bem, até porque, antes da audiência, eu nunca tinha sido questionada acerca das assinaturas. Sem contar, que eu, como dona da conta, seria a primeira a reclamar se não tivesse assinado cheques que foram descontados...
Como eu não reclamaria por um dinheiro que saiu da minha conta se não fosse eu a retirá-lo?
Esse plano de desmerecer meu depoimento estava tão claro desde o início, tanto que avisei, reclamei, mas ninguém me ouviu...

Sempre foi visível o jogo do Millennium BCP em relação a mim, mas... será que ninguém consegue perceber isso?

Parece que não!
Será que só eu, que sou a parte mais fraca nessa história, consigo ver que tudo isso foi um plano traçado para que o juiz olhasse para mim e visse uma "senhora" brasileira, sem capacidade para adquirir conhecimentos bancários, que não trabalha e ainda mente?
É incrível, não é?
 

Conclusão

A intenção do Millennium BCP foi se aproveitar da minha condição de estrangeira para usar a minha conta, como um alvo fácil, e depois, armar para denegrir a minha imagem diante do juiz para que este olhasse para mim e visse uma pessoa de índole duvidosa.
Esta foi a intenção do Millennium BCP! Usar uma cliente, sem dó nem piedade, para prejudicar um funcionário com mais de 22 anos de a seu serviço.
 Um funcionário que durante 22 anos foi um bom profissional, mas ao se casar com uma imigrante... perdeu o seu valor? Passou a "mexer" na conta da sua própria esposa?
O pior é que o juiz acredita que diante de tantas contas abastadas, um funcionário colocaria seu emprego em risco "mexendo" na conta de sua esposa.
 
l
 
Será o plano do Millennium BCP assim tão perfeito?
 

Vivendo pela fé...

Sinto-me no meio de uma tempestade que vai destruindo tudo e não sei como fazer para continuar em frente. É como se eu estivesse inerte, à espera que os problemas se resolvessem para continuar a minha caminhada pela vida.
Hoje, porém, dentre muitas frases, alguém me questionou: "Vai ficar à espera? Isso pode durar anos" . Essa pergunta soou como um abano, um grito de volta à realidade. Desde então, ouço-a ecoando em minha cabeça.
Sei que devo seguir em frente, que tenho uma tese para concluir até o final do ano, mas não sei onde encontrar forças e sabedoria.
Infelizmente, vivemos em um mundo que o dinheiro e o poder compram tudo, até mesmo os direitos e, talvez, a justiça, restando-nos somente Deus.
Só Deus é capaz de fazer um milagre e exaltar um fraco diante de um forte, um pobre diante de um rico e até mesmo um funcionário diante de uma grande instituição financeira.
Pois na Bíblia está escrito:
Os humildes, ele exalta e traz os que pranteiam a um lugar de segurança.  (Jó 5:11)
Assim diz o Senhor: Tire o turbante e a coroa. Não será como antes: Os humildes serão exaltados, e os exaltados serão humilhados. (Ezequiel 21: 26)
São nas palavras de Deus que tenho encontrado forças, coragem e muita fé para acreditar que tudo dará certo.  Contudo, ainda, tenho dificuldade em continuar o caminho. Caminho que está cheio cobras perigosas, oportunistas... e preconceituosas.